sábado, 15 de abril de 2017

A linguagem das histórias em quadrinhos

A linguagem das histórias em quadrinhos

Luiz Prazeres
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Identificar os elementos que caracterizam a linguagem das histórias em quadrinhos (balões, onomatopéia, interjeição, legenda).

- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

- Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

- Estabelecer relações de continuidade temática entre os quadrinhos.

- Interpretar textos que conjugam duas linguagens – a verbal e a não-verbal.
Duração das atividades
3 aulas de 100 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O professor pode verificar se os alunos já leram histórias em quadrinhos, quais personagens conhecem. Caso a turma não conheça, o professor pode levar revistas de diferentes personagens e deixar que os alunos as manuseiem.
Estratégias e recursos da aula

Aula 1:

Distribuir, para os alunos, a seguinte HQ:

Disponível em: <http://www.monica.com.br/comics/turma.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010.   



A partir dessa História em Quadrinhos (HQ), desenvolver as seguintes atividades:  

1) Pedir que os alunos cubram as imagens e leiam apenas a linguagem verbal da HQ. Em seguida, pedir que eles cubram os balões de fala e leiam apenas a linguagem não-verbal. Discutir, então, com eles em que medida uma complementa a outra. Levar os alunos a perceberem que na maioria das HQs a narrativa se dá pela conjugação entre as imagens e os diálogos das personagens.  

2) Pedir que os alunos identifiquem quais são as falas da Mônica e quais são as falas do Cebolinha. Levar os alunos a perceberem que as falas das personagens vêm circunscritas por balões. Dentro dos balões também podem vir imagens, sinais de pontuação ou símbolos. Os balões mudam de formato dependendo da maneira que a personagem se expressa (por meio de fala, pensamento, grito, sussurro...) ou da emoção que demonstra (surpresa, alegria, raiva, medo, cansaço, etc.). No texto dos balões se usa em geral letra de fôrma, maiúscula, desenhada a mão.  Entretanto, o desenhista, dependendo do efeito que quer provocar, como, por exemplo, mostrar que alguém está chorando muito alto, pode mudar o tamanho, a cor ou a forma das letras. Veja alguns exemplos de balões:

Disponível em: <http://wiki.laptop.org/images/4/43/Tipos_de_bal%C3%B5es.jpg>. Acesso em 05 de abril de 2010.   



3) Pedir que os alunos identifiquem na HQ trabalhada como foram representados os sons: do beijo que a Mônica deu no Cebolinha (“CHUAC!”); do lançamento do bumerangue (“VUP”); da colisão do bumerangue com a Mônica (“POF”).  Explicar então para eles que esses barulhos, que acrescentam sonoridade às imagens são chamados de onomatopéias. Pedir que os alunos citem algumas onomatopéias que conheçam. Caso não se lembrem, o professor pode apresentar algumas, como “BLIM! BLOM!” (campainha), “TRIMMM” (telefone, despertador), “TOC! TOC! TOC!” (batidas na porta).  

4) Pedir que os alunos identifiquem na HQ trabalhada as palavras ou expressões que denotam emoção, como: “PUXA!” (surpresa), “OBA!!” e “DEMAIS!!” (alegria, satisfação), “AH! SOCORRO!” (aflição, desespero). Em seguida, explicar para eles que essas palavras ou expressões são chamadas de interjeições. Pedir que os alunos citem algumas interjeições que conheçam. Caso não se lembrem, o professor pode apresentar algumas, como “AI! UI!” (dor), “PSIU! PSIT” (apelo ou chamamento), “UFA!” (alívio).   Observação: Algumas HQs podem apresentar legendas, ou seja, um pequeno texto, geralmente localizado em alguma das extremidades do quadrinho, que tem como funções: descrever algum fato; dar uma informação importante para o entendimento da história; caracterizar uma personagem; indicar tempo, lugar, modo, entre outras.  

Aula 2:

5) Após apresentar alguns elementos da linguagem das HQs para os alunos, é interessante que o professor distribua várias revistas para a turma e peça que eles:

a) copiem em seus cadernos as onomatopéias e interjeições encontradas e, ao lado ou embaixo delas, identifiquem o som ou o ruído expresso pelas onomatopéias e os estados emocionais revelados pelas interjeições.

b) procurem diferentes formatos de balões, copiem-nos para o caderno, de forma ampliada, e explicassem o cada um indica. Exemplos: se muitas personagens falam ao mesmo tempo, se alguma sussurra, ou grita, ou está pensando etc. 

c) procurem legendas e indiquem seus diferentes usos a partir da informação que trazem.



6) Pedir que os alunos observem a expressão do rosto e do corpo das personagens das tirinhas a seguir, assim como as ações que elas estão praticando. Em seguida, pedir que criem balões, onomatopéias, interjeições e legendas para compor cada quadrinho. Lembre-os de que a linguagem empregada nas histórias em quadrinhos é informal, semelhante à usada no dia-a-dia, e que as frases costumam ser curtas.

Disponível em: <http://www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Recursos Complementares

No site da Turma da Mônica, o professor encontra diversas histórias em quadrinhos das personagens de Mauricio de Sousa:

Disponível em: <http://www.monica.com.br/comics/fwelcome.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Avaliação

O professor deve avaliar os alunos durante todo o processo de ensino e de aprendizagem e, caso perceba que eles não estão compreendendo a atividade, deve adaptá-la. Entretanto, para uma avaliação mais pontual, o professor pode tomar a segunda aula. Essa aula funciona como atividade avaliativa à medida que permite que o professor perceba se os alunos conseguem reconhecer nas revistas que analisarão a diversidade e a função dos elementos da linguagem das HQs trabalhados – balões, onomatopéias, interjeições, legenda – e se conseguiram se apropriar dessa linguagem, criando e adequando eles mesmos os elementos às HQs apresentadas.  

É interessante que o professor, ao final da atividade, peça que os alunos avaliem a atividade como um todo e se auto-avaliem. O professor pode lançar mão de perguntas como: O que vocês conseguiram aprender com essa atividade? Você escreveria de outra maneira as tirinhas? De que forma?


Tais processos permitem que o professor reflita sobre sua prática e que os alunos reflitam sobre o próprio desempenho e aprendam a identificar e a corrigir erros e equívocos.

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