terça-feira, 25 de julho de 2017

Projeto de História

“Projeto Mudando a  Cara da História”

Objetivo

§  Promover transformações no abordagem da Historia ensinada nas escolas tendo como aliado as mídias digitais;
§  Contribuir para mudança de postura na relação professor/aluno em  sala de aula
§  Contribuir para fazer da escola um lugar mais atraente que desperte o interesse, o senso critico e criatividade do aluno;
§  Contribuir para mudar a atitude dos professores quanto à utilização didática das mídias digitais
§  Discutir  a produção do conhecimento histórico dentro e fora dos espaços escolares;
§  Utilizar os recursos digitais, em especial a Internet  como proposta alternativa e complementar no Ensino aprendizagem de História

Justificativa

O projeto “Mudando a Cara da História” foi idealizado com a intenção de repensar o papel das Ciências Humanas e suas tecnologias na escola básica por meio de um estudo experimental no qual fosse possível a observação das tecnologias digitais aplicada ao ensino, em especial a pesquisa na Internet e a  produção de textos históricos através do computador, promovem transformações no abordagem da Historia ensinada nas escolas.

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Descrição da Experiência

Como desafio aos alunos da 2ª série do Ensino Normal, lançou-se a proposta de desenvolver o projeto de caráter experimental com o objetivo de dinamizar o ensino de História tendo como ferramenta fundamental, as tecnologias digitais, em especial o  computador através da Internet.
Nesse projeto, os alunos exploraram o computador dentro de uma perspectiva construtivista, buscando ampliar seus conhecimentos históricos, partindo de temas combinados com a professora de História, Elisabeth Gomes, desencadeadora do projeto. O projeto foi acompanhado pelo Núcleo de Tecnologia  Educacional de Santo Antonio de Jesus, através da discussão e dos conhecimentos específicos de informática e do uso da Internet.
Desenvolvido em grupos de dois e três alunos, o trabalho favoreceu a atitude de cooperação e compartilhamento de informações.
O projeto foi organizado em etapas. Na primeira, os alunos conheceram o mesmo e foram convidados a experimentá-lo.
Na segunda, orientados em sala de aula e prévia ao ambiente informatizado, os alunos conheceram o computador, muitos deles pela primeira vez trabalho desenvolvido pelos multiplicadores de NTE/04 e posteriormente, iniciaram suas pesquisas na Internet, coletaram e selecionaram materiais em revistas, livros, fotografias, jornais etc.
Os sites encontrados pelos alunos foram colocadas à disposição de todos, oportunizando o compartilhamento desse material pelos envolvidos no projeto. As informações selecionadas nessa etapa serviram de base para o início do trabalho, que depois de estudado e internalizado  ganharam discussão em sala de aula.
No Laboratório de Informática, a pesquisa tornou-se constante, buscando complementar e aprofundar os estudos iniciados. Uma série de sites (páginas na Internet) sobre História do Brasil, em especial Brasil Colônia foram disponibilizados em uma pasta pública para que os alunos pudessem consultá-los no decorrer do projeto  ou em  qualquer momento que comparecessem ao NTE para fazer uma nova pesquisa ou ainda em qualquer lugar que tivesse acesso a Internet já que cada aluno possui seu portfólio (memorial de desempenho) e nele constavam diversos endereços de sites que tratavam do assunto.
Paralelo à pesquisa, os alunos foram montando seus próprios portifólio ( memorial de desempenho)  o que permitiu  o registro da trajetória da aprendizagem, através da seleção, ordenação de documentos por ele produzidos, ou documentos externos, como fotos, reportagens, textos, que de algum modo contribuíram com o percurso de sua aprendizagem, colocando em evidência seu patamar de desempenho, as hipóteses que levantou e se os fins que alcançou foram realmente os propostos no início do trabalho
O memorial de desempenho possibilitou ainda,  ao professor e ao aluno traçar  um retrato dos passos percorridos na construção das aprendizagens. Essa forma de registrar a caminhada do aluno teve o objetivo de mostrar a importância de cada passo, como uma situação de aprendizagem.              .
A troca de informações entre integrantes de um mesmo grupo, e entre os grupos e com o professor incentivou o espírito de cooperação a representação de suas idéias e resultados de suas descobertas através da combinação de diferentes sites, links e textos informativos, mensagens recebidas através do correio eletrônico, imagens, sons, gráficos etc.
Nesse processo de  “pesquisa virtual”, cada grupo, orientado por um conjunto de aspectos sugeridos na  Colonização do Brasil, e por um tema específico, optou por onde iniciar seus estudos e como conduzi-los, de acordo com seus interesses e motivação. Nesse espaço, quebra-se a estrutura tradicional de aula, na qual o professor apresenta um determinado assunto em um dado momento, sem oportunizar a escolha por parte do aluno. Ao contrário, o professor apresenta-se como mediador, oferecendo a possibilidade  ao grupo para escolher a ordem em que os assuntos serão trabalhados, acrescentar aspectos de interesse e curiosidades do conteúdo trabalhado e discutir com o grupo e com o professor o conhecimento construído.
Durante o processo de construção do jornal e dos sites, o professor interagiu com os diversos grupos de alunos, nos diversos níveis  em que se encontravam, orientando-os no sentido de favorecer a busca e o entendimento dos assuntos abordados.

A avaliação aconteceu de forma constante e contínua, aula a aula, permitindo um acompanhamento efetivo do processo de trabalho, do envolvimento e do progresso decada aluno no desenvolvimento do projeto. O produto final também foi avaliado, considerando o roteiro estabelecido, informações acrescentadas, correção dos assuntos abordados e adequação das mídias empregadas. Os alunos realizaram ainda uma auto-avaliação, analisando aspectos de participação e atitudes individuais e em grupo, empenho na pesquisa e aproveitamento.

Público Alvo:
Professores e alunos do ensino médio

Nome da escola:

Colégio Estadual Francisco da Conecição Menezes

Número de alunos envolvidos/série:
25/ 2ª série do Ensino Médio

Professores envolvidos:
Elisabeth Costa Gomes

Multiplicador idealizador e  responsável:
Antonio Wellington Melo Souza
Envolvidos no Processo:
Multiplicador do NTE, Professora de História, NTE 04 e Colégio Francisco da Conceição Menezes.

Resultados Alcançados:

No Projeto Mudando a Cara da História, verificamos que, ao trabalhar com as TICs em um processo de problematização dos conteúdos, o grupo assumiu uma postura  ativa e passou a exercer o papel de pesquisador. A assimilação processou-se de forma contínua, ativa e questionadora. Os estudantes deixaram de ser meros reprodutores (sujeitos passivos) e passaram a ser construtores do seu conhecimento (sujeitos ativos), agindo diretamente sobre o seu objeto de estudo.
Ao pesquisar na Internet, os alunos tiveram maior interesse em buscar os assuntos correlacionados com o seu tema e foram muito além da pesquisa proposta pela professora. Contudo, foi preciso muito jogo de cintura para que os alunos não se dispersassem e desviassem do objetivo inicial. Foi preciso “esgotar” os anseios da navegação. Foi necessário conscientizar os estudantes a todo momento do objetivo maior do trabalho: a aprendizagem significativa, com aprofundamento dos temas pesquisados.
A aprendizagem aconteceu a partir do interesse e da motivação da turma, com colaboração da professora, na interação com o seu objeto de conhecimento, na discussão em sala de aula e na (re)construção do conhecimento. Foi preciso desestruturar os alunos para que eles buscassem construir seus processos cognitivos e conceitos próprios.
As TICs deram o impulso necessário para que a interação e a colaboração acontecessem. Entretanto, as TICs e os alunos sozinhos não produzem conhecimento, pois os alunos ainda não têm maturidade suficiente para isso, fato que justifica a importância da professora. Esta, ao  problematizar o processo, tornou-se fundamental colaboradora dos estudantes.
A postura da professora da turma sofreu alterações. A professora agiu muito mais como problematizadora dos conteúdos estudados do que como expositora, apesar de, em alguns momentos, ter sido necessário expor algumas situações e conscientizar o grupo para o seu compromisso com a sua aprendizagem. A auto-estima da turma melhorou, e os alunos passaram a ler mais, a discutir com seu colega e com o grupo, a discutir as informações e ressignificá-las, transformando-as em conceitos e passando a  ter opiniões próprias a respeito de determinados conhecimentos históricos.
As aulas tornaram-se mais divertidas e prazerosas, além de se constituírem em uma novidade, já que, de acordo com o mapeamento da turma, 80% dos alunos não tinham nenhum contato com o computador.
O estudo mostra claramente que o computador e a pesquisa na Internet ajudam os alunos na  aprendizagem dos conhecimentos históricos. O computador, como meio; a Internet, como fonte “inesgotável” de informação que precisa ser “filtrada” e questionada, comparada e avaliada para transformar-se numa possibilidade didática que represente construção de conhecimento para os alunos.
A interação e a união do grupo foram intensificadas no decorrer do estudo.
De nada adiantaria o aparato tecnológico se não fosse a atuação da professora. Ela foi a responsável por provocar nos alunos situações que favoreceram a aprendizagem. Por sua vez, ela também aprendeu com os alunos ao investigar, questionar, estimular, organizar, sistematizar e apresentar resultados.
Percebemos que o projeto foi uma forma de conciliar ação e conhecimento, pois os alunos reconciliaram a história vivida por cada um com a História estudada, a partir da relação entre o tempo presente e o passado, o agora e o ontem, num  movimento dialético. O  desenvolvimento da pesquisa proporcionou um ensino de História voltado para a educação da cidadania, pois tratava-se de uma metodologia democrática que contou com participação, planejamento e avaliação das partes envolvidas, os sujeitos históricos do processo: professores e estudantes.

Concluímos afirmando que a nossa experimentação proporcionou uma nova prática pedagógica para o professor de História e que foi possível inovar utilizando recursos tecnológicos no ensino aprendizagem de História. Acreditamos que o uso das TICs, associado à postura de um professor que problematiza suas aulas e deixa de ser o centro do processo, pode proporcionar uma mudança significativa no sentido de evoluir de um modelo pedagógico baseado na memorização para um processo de construção de ensino e aprendizagem que desperte o interesse, o senso crítico e a criatividade dos estudantes.

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