"Precisamos falar de educação.
Não falo de Bhaskara, Maias, análise sintática, mamíferos...
Não é só a falta de interesse pelo conhecimento que precisa de atenção, também tem a educação "que vem de berço" que está precária, imagina que diariamente, várias vezes por dia:
1 - Precisar parar o conteúdo da sua disciplina para explicar ao aluno que certos comportamentos são inapropriados;
2 - Precisar ensinar, rebater, e repetir eternamente: pedir licença, ir ao banheiro e voltar, que para entrar na sala se bate na porta,
3 - Com licença, bom dia, boa tarde, me desculpe,
4 - Que os pés devem ficar no chão e não na cadeira ou carteira,
5 - Que material escolar você pede emprestado, o colega ou entrega na mão ou você levanta para buscar, nada de jogar, que você tem que devolver da mesma maneira e agradecer SEMPRE. Nada de pegar à força.
6 - Imagina o tempo perdido explicando que o lixo é na lixeira, ou até na mochila temporariamente e não no chão, pois "Fulana ganha para isso",
7 - Que certos palavreados não são adequados na sala de aula, muito menos com o professor,
8 - Que ficar tocando música em som alto, sem o fone de ouvido durante a aula não é legal, nem educado.
9 - Ter que ficar pedindo pro aluno abrir a mochila, pegar o caderno e o livro. Abrir o caderno e o livro,
10 - Ter que diariamente ficar lembrando ao aluno que aquele material didático não é "de grátis", o governo não "deu" porque é bonzinho. Aquele material didático foi comprado com dinheiro público,
11 - Que a merenda não deve ser usada como munição para jogar nos colegas,
12 - Xixi e cocô só na latrina. Não é no fundo da escola, não é na pia do banheiro, não é no chão. Papel higiênico usado é na lixeira.
13 - Que eles só estão liberados após o sinal.
14 - Que precisam seguir algumas regras básicas de boa convivência, e até de sobrevivência.
Está tão complicado e exaustivo explicar que o espaço de um termina quando do outro começa, está difícil essa jornada plural dentro de sala de aula.
15 - Ah! E não nos esqueçamos de que em certos momentos, acabamos sendo juízes de luta livre."
Professora M. Augusta.
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