terça-feira, 25 de julho de 2017

Do Local ao Global

Do local ao global: problemas e soluções.
Área de Concentração: HUMANAS
Disciplina de Concentração: GEOGRAFIA/ HISTÓRIA
Professores: Carlos Nasser/Leonardo Pedroso/Manoel Pio/Wellington Barros
Uberaba
2015
Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO E SUAS CONSIDERAÇÕES.
Nome do projeto – Do Local ao Global – problemas e soluções
Tema: Fluxos migratórios Brasil-Europa e suas repercussões na contemporaneidade.
Série: 9º Ano do Ensino Fundamental II
Distribuição de Vagas: 30 alunos/disciplina (seis grupos com cinco alunos em cada um deles)
Considerando pressupostos presentes no projeto político pedagógico das unidades escolares que ofertam o ensino médio1 e fundamental, o envolvi-mento do presente projeto, em relação alguns desses pressupostos, em uma escala de 1 a 5 é:
 I - atividades integradoras artístico-culturais, tecnológicas e de iniciação científica, vinculadas ao trabalho, ao meio ambiente e à prática social; (5) (não é possível incluir no subter-ma as atividades integradoras artístico-culturais)
 II - problematização como instrumento de incentivo à pesquisa, à curiosidade pelo inusitado e ao desenvolvimento do espírito inventivo; (5)
 III - a aprendizagem como processo de apropriação significativa dos conhecimentos, superando a aprendizagem limitada à memorização; (5)
 IV - valorização da leitura e da produção escrita em todos os campos do saber; (5)
 V - comportamento ético, como ponto de partida para o reconhecimento dos direitos humanos e da cidadania, e para a prática de um humanismo contemporâneo expresso pelo reconhecimento, respeito e acolhimento da identidade do outro e pela incorpora-ção da solidariedade; (5)
 VI - articulação entre teoria e prática, vinculando o trabalho intelectual às atividades práticas ou experimentais; (5)
 X - atividades sociais que estimulem o convívio humano; (5)
 XI - avaliação da aprendizagem, com diagnóstico preliminar, e entendido como pro-cesso de caráter formativo, permanente e cumulativo; (5)
Outros:
VIII – utilização de diferentes mídias como processo de dinamização dos ambientes de
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aprendizagem e construção de novos saberes. (5)
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho nacional de educação. Câmara de educação básica. RESOLUÇÃO Nº 2, de 30 de Janeiro 2012, Art. 16).
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO PROJETO.
1. Justificativas
No passado e na contemporaneidade, vários problemas afetaram e continuam afetando o mundo e o Brasil. Problemas esses, de ordem socioeconômica, política e geopolítica que geraram e geram, dentre outras consequências: os fluxos de europeus para o Brasil no século XIX e, na atualidade, os fluxos de brasileiros para a Europa, a discriminação étnico-cultural, a exploração da mão de obra, as condições análogas de trabalho, as barreiras físicas e do plano ideológico, etc.
Os processos migratórios sempre fizeram parte da vida do homem por diversas razões e em diferentes sociedades. A busca por melhores condições de vida sempre impulsionou o homem a se deslocar e a mudar de ambiente e/ou país.
Em meados do século XIX e, sobretudo, no início do século XX, pode-se observar um forte fluxo imigratório da Europa para o Brasil. Processo este que contou com grande incentivo do governo brasileiro, que buscava, dentre outros objetivos, sanar a necessidade de mão de obra após a abolição da escravidão.
Incontáveis são as transformações decorrentes deste contato entre o estrangeiro e a sociedade brasileira ainda em formação, possibilitando profundas mudanças no campo econômico, político, social e cultural brasileiro.
Na atualidade, os avanços nos meios de transporte e na comunicação e a aproximação cultural entre brasileiros e europeus, ao longo dos séculos, possibilitaram a intensificação dos fluxos migratórios e o aumento de ocorrências problemáticas derivadas deste processo.
Munidos de tais informações sobre o impacto da imigração/emigração e da relação entre diferentes povos, propõe-se, neste projeto, um estudo mais aprofundado sobre as principais correntes migratórias da Europa para o Brasil e do Brasil para a Europa.
Busca-se, portanto, compreender quem são os imigrantes e os emigrantes que compõem este processo, as razões que os impulsionaram e impulsionam, e os reflexos decorrentes destas escolhas visando garantir aos discentes a possibilidade de perceber em tais problemas em escala local, nacional, regional e global e levantar propostas para minimizá-los.
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2. Objetivos
Objetivo Geral:
Compreender as causas e as consequências decorrentes dos fluxos migratórios Brasil-Europa no passado e na contemporaneidade.
2.1. Objetivos específicos
-Analisar fatores responsáveis pelo desencadeamento de fluxos migratórios entre o Brasil e a Europa.
- Compreender o impacto social, cultural e econômico das correntes migratórias.
- Refletir sobre soluções para situações-problemas decorrentes dos fluxos migratórios Brasil-Europa.
- Criar formas criativas de socialização do conhecimento obtido.
3. DINÂMICA METODOLÓGICA
Reuniões: As reuniões objetivam a discussão das múltiplas temáticas propostas e a preparação das simulações. Nessas reuniões, os alunos envolvidos com o fórum serão responsáveis pelas problematizações dos temas, por meio de rodadas2; em outras pala-vras, em cada encontro, pequenos grupos de alunos3 apresentarão nas reuniões os te-mas-problema sugeridos pelos professores orientadores, possibilitando debate entre os presentes, sempre focados nas propostas de solução.
Os temas poderão ser apresentados de diferentes formas, com ou sem a utilização de recursos digitais.
Da escolha dos temas: Os temas serão selecionados e propostos pelos professores orientadores, de acordo com propostas existentes em comitês da Organização das Nações Unidas ou conforme problemas recorrentes na sociedade contemporânea, como conflitos entre povos por disputas territoriais, intolerância cultural, étnico-racial, política e religiosa; deficiência na geração e no abastecimento energético; crises e conflitos relacionados aos recursos hídricos e à produção de alimentos; movimentos migratórios, as constantes trocas culturais e a imposição de barreiras que dificultam os fluxos.
Do registro das reuniões: Serão realizados registros das principais informações sobre o que foi discutido com as principais soluções para determinados problemas em forma de relatório, com modelo definido pelos professores orientadores.
2 As rodadas terão duração de dois horários, durante o período vespertino, e ocorrerão quinzenalmente.
3 O número de membros será decidido conforme o número de inscritos no fórum.
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Simulação: A simulação é o evento que ocorrerá ao fim do projeto, cuja preparação ocorrerá nas reuniões ao longo do ano. Por se tratarem de assuntos internacionais, seguirão modelos de conferências internacionais, como as da ONU – Organização das Nações Unidas, com critérios rigorosos e definidos anteriormente nas reuniões.
As simulações exigem um espaço maior, pois permitem a presença do público. Seguem também normas básicas no que diz respeito às vestimentas, ao comportamento e aos procedimentos do público e das delegações que participam dessa simulação.
4. AVALIAÇÃO
A avaliação dos alunos será realizada ao longo dos três trimestres de vigência do projeto, conforme itens de avaliação a seguir:
Itens (critérios) de avaliação:
- Presença nas reuniões – A pontuação será distribuída proporcionalmente às presenças contabilizadas. A presença pressupõe a participação dos alunos na totalidade da carga horária da reunião, salvo casos em que se comprove necessidade de se ausentar antes do término por motivos de força maior.
- Relatórios das reuniões – RR – A cada reunião, os alunos formularão um relatório individual, abordando os assuntos discutidos e as propostas de soluções para os problemas apresentados.
- Guia de estudos – GE – O guia será realizado após amadurecimento do projeto, ou seja, após a ocorrência de reuniões e próximo ao trimestre de ocorrência da simulação. Consistirá em um documento contendo um arcabouço teórico sobre determinado problema (escolhido pelos professores orientadores) e soluções, conforme o país ou a instituição que o aluno representará. O guia também auxiliará os alunos no processo de tomadas de decisão para a simulação. Apresentará formato de artigo científico para fins de publicação, cujo destino será decidido ao longo do projeto e, portanto, será mais denso que os relatórios de reuniões e o Documento de Posicionamento Oficial – DPO.
- Documento de Posicionamento Oficial – DPO – Consistirá em um documento de somente uma única lauda, sintético, em modelo a ser definido, de forma geral, conteúdo que embase defesa do posicionamento do delegado (aluno) em seu respectivo comitê durante a simulação. Cópias deverão ser entregues para a avaliação dos professores orientadores poucos dias antes da simulação.
- Simulação – A Simulação será a etapa final do projeto. Seguirá modelo de comitês e
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conferências internacionais promovidas pela Organização das Nações Unidas. Ocorrerá em espaço amplo, em forma de mesa-redonda diplomática, com presença de público. Será moderada e terá regras específicas para sua ocorrência. Serão avaliados a postura, o desenvolvimento e o raciocínio lógico-argumentativo, a diplomacia, o comprometimento com o evento e as vestimentas.
Distribuição dos pontos:
1º Trimestre: Dois pontos para presença nas reuniões; dois pontos para relatórios das reuniões.
2º Trimestre: Dois pontos para presença nas reuniões; dois pontos para Guia de Estudos – GE.
3º Trimestre: Um ponto para DPO; 3 pontos para Simulação.
6. O Fórum Cenecista de Simulações – FCS / Equipes de Geografia e História
A proposta que se segue é baseada em diretrizes que visam à maior integração da comunidade acadêmica por meio de reuniões e simulação que discutam questões de destaque no cenário político internacional contemporâneo. Trata-se de uma abordagem interdisciplinar composta pelas equipes de Geografia e História.
DO FÓRUM
A palavra fórum, do latim, forum, nos remete à Roma e à Grécia Antigas, enquanto um grande espaço de encontros, palco de discussões de cunho político, associadas ao cotidiano daquelas sociedades. O objetivo do fórum é promover uma maior integração entre estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental II, possibilitando uma formação acadêmica mais privilegiada no que tange à criticidade e ao desenvolvimento moral e ético.
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JUSTIFICATIVA
A justificava para o desenvolvimento de tal proposta se baseia na necessidade de se discutir em temas atuais de relevância, possibilitando uma melhor compreensão e uma visão mais crítica acerca de diferentes acontecimentos, bem como o preparo dos alunos em termos de embasamento crítico e lógica-argumentativa, pautada nas soluções de problemas.
Além do mais, propostas metodológicas diferenciadas como as simulações são frequentemente cobradas pelos alunos, sobretudo pela evidente empolgação no ato da confirmação da ocorrência de eventos do tipo.
Sabe-se também que, a nível nacional, constatam-se algumas simulações de grande importância para o nível Médio, como a SINUS – Simulação das Nações Unidas para Secundaristas e a Mini ONU – Modelo Intercolegial das Nações Unidas, promovendo a integração de diferentes alunos oriundos de distintas instituições de ensino de todo o país. Além do enriquecimento intelectual, o fórum também seria o espaço responsável pela capacitação destes alunos.
DOS RECURSOS NECESSÁRIOS
Para realização das atividades, faz-se necessário o elenco de alguns componentes infraestruturais e de serviços:
Espaço Físico: Quinzenalmente, necessitar-se-á de um espaço específico em que cai-bam 30 pessoas; no caso, uma sala de aula no período vespertino. Ao fim do projeto, no último trimestre, será necessário um espaço maior, em que caibam os congressis-tas/conferencistas e o público; no caso, o Centro Cultural Cenecista Joubert de Carva-lho.
Recursos técnicos e tecnológicos: Quando não disponível em sala, quinzenalmente, aparelho projetor multimídia (data show).
Serviços gráficos: Impressões monocromáticas de atas, DPO – Documento de Posi-ção Oficial4; impressões coloridas de flyers e banners para divulgação da simulação, de menções honrosas e certificados de participação, bem como de plaquetas e filipetas de mesa com fins de identificação de países e suas respectivas delegações.
Serviços de marketing: Criação de uma logo que simbolize Nações Unidas e CNEC ao mesmo tempo, com o título Fórum Cenecista de Simulações (FCS)
4 Exemplos de DPOs em anexo, conforme modelo SINUS 2013.
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Outros serviços: Demais serviços que se relacionam à utilização do Centro Cultural Cenecista Joubert de Carvalho.
7. Referências
AS PERIGOSAS ROTAS DE MIGRAÇÃO PARA ENTRADA NA EUROPA. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131028_mapa_imigracao_lk. Acesso em: 24 Fev. 2015.
ARBEX, Júnior José e Senise, Maria Helena Valente. Cinco séculos de Brasil: imagens e visões. São Paulo: Moderna, 1998.
GUIA DE ESTUDOS. III Mini-Onu. Puc-Minas. Belo Horizonte.
MARINUCCI, Roberto. O Fenômeno migratório no Brasil. Instituto Migrações e Direitos Humanos e Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios: Brasília.
MIGRAÇÃO BRASIL-EUROPA: A situação dos imigrantes brasileiros na Espanha e Portugal e de portugueses e espanhóis no Brasil – aspectos legais e vivências. ICMDP e Ministério do Trabalho e Emprego: Brasília.
MIGRAÇÃO DO SÉCULO XXI: desafios e oportunidades. Disponível em: http://www.csem.org.br/index.php/csem-em-foco/323-xix-forum-brasil-europa-migracao-no-seculo-xxi-desafios-e-oportunidades. Acesso em: 24 Fev. 2015.
MIGRAÇÃO E XENOFOBIA: motivação política e econômica. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/migracoes-e-xenofobia-motivacao-politica-e-economica.htm. Acesso em: 24 Fev. 2015.
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS DE E PARA O BRASIL CONTEMPORÂNEO: volumes, fluxos, significados e políticas. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392005000300002&script=sci_arttext . Acesso em: 24 Fev.2015
XENOFOBIA NA EUROPA: Os padrões atuais de migração internacional. Disponível em: http://conhecimentopratico.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/42/artigo252496-1.asp.
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Acesso em: 24 fev. 2015.
ANEXO A
EXPERIÊNCIAS
MINIONU e SiNUS
O MINIONU é um projeto realizado pelo Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas que objetiva levar temas internacionais aos alunos do Ensino Médio. Ele insere-se no conjunto de simulações das Nações Unidas realizadas em todo mundo. É um projeto pedagógico com concepção abrangente de aprendizado (MINIONU, 2014).
Através do engajamento de estudantes do curso de Relações Internacionais, formam-se comitês (ambiente de simulação de organismos internacionais ou instituições nacionais com agenda internacional) que serão palco de discussões de temas relevantes da agenda internacional. Cada comitê procura reproduzir o que acontece na realidade. Os alunos do Ensino Médio transformam-se em delegados que defendem interesses do ator a ele atribuído. Para tanto, esses alunos passam por um período de preparação em suas escolas, sob supervisão de professores (MINIONU, 2014).
A Simulação das Nações Unidas para Secundaristas (SiNUS), por ser um projeto exclusivo de alunos da Universidade de Brasília (UnB) e idealizado no Instituto de Relações Internacionais (IREL), configura-se como atividade de forte potencial para o desenvolvimento de habilidades únicas para tais estudantes. O fato de ser voltado para um público-alvo específico, alunos Secundaristas, torna a realização do evento um desafio ainda maior, consolidando-o como modelo de excelência a nível nacional (SINUS, 2015).
Neste sentido, a SiNUS, ao corroborar e difundir os ideais das Organizações das Nações Unidas (ONU), contribui, por meio de seu viés pedagógico, para a formação de jovens mais conscientes de sua realidade, assim como das dinâmicas que os cercam. Ao discutir assuntos da agenda internacional, os jovens secundaristas, na representação de embaixadores, chefes de Estado, ministros, juízes e jornalistas provam de uma experiência singular cujo impacto social positivo é imensurável (SINUS, 2015).

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